Categorias
África America Ásia Colonialismo português Língua Portuguesa

Os Estados-Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

por Dietrich Köster

Resolução dos Chefes de Estado e de Governo na Cimeira de Díli no dia 23 de julho de 2014

                          (por ordem alfabética) 

1.o  República de Angola / África 

2.o  República Federativa do Brasil / América do Sul 

3.o  República de Cabo Verde / África 

4.o  República da Guiné-Bissau / África 

5.o  República da Guiné Equatorial / África 

6.o  República de Moçambique / África 

7.o  República Portuguesa / Europa 

8.o  República Democrática de São Tomé e Príncipe / África 

9.o República Democrática de Timor-Leste / Ásia 

Categorias
Moçambique

Samora Machel

Samora Moisés Machel nasceu em 1933 no então distrito de Gaza (África Oriental Portuguesa) e morreu num acidente aéreo no dia 19 de outubro de 1986 em território sul-africano a bordo dum avião da então União Soviética.
Encontrou em 1961 Eduardo Mondlane, na altura colaborador das Nações Unidas.

O espírito rebelde de Machel conduziu-o à decisão de sair de Moçambique em 1963 para juntar-se à recém-criada Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) sob a presidência de Eduardo Mondlane no país vizinho de Tanzânia.

Poco depois Machel fez parte dum contingente de jovens, que receberam um treino militar na Argélia. No regresso ele foi nomeado ao posto de chefe do Departamento de Defesa e Segurança da Frelimo. Os seguidores de Samora Machel conseguiram de controlar parcialmente zonas do norte de Moçambique, avançando mais e mais ao centro do território moçambicano.

O Nó Górdio, uma iniciativa militar de grande envergadura sob o comando do general português Kaúlza de Ariaga, era a tentativa de virar a situação militar. Com o insucesso final desta acção as forças da Frelimo avançaram até Cahora Bassa no então distrito de Tete ameaçãndo a construção da barragem.

Com o golpe-de-estado militar do 25 de Abril de 1974 em Lisboa a situação política mudou completamente.
O Acordo de Lusaca determinou que o então Estado de Moçambique será independente de Portugal o 25 de Junho de 1975.
Samora Machel tornou-se Presidente da nova República Popular de Moçambique.

Sob a direcção dele Moçambique tornou-se para um sistema político de orientação do bloco oriental encabeçado pela então União Soviética.
Hoje Machel é comemorado como um político, que conduziu Moçambique num desastre económico fazendo cair a República Popular de Moçambique na categoria dos países mais pobres do mundo.

Escrito por Dietrich Köster, D-53113 Bona

Categorias
África Colonialismo português Guiné-Bissau São Tomé e Príncipe

Lista de Termos geográficos antigos na Guiné-Bissau e em São Tomé e Príncipe e as Designações correspondentes introduzidas após a Independência

por Dietrich Köster, Bonn 

Guiné-Bissau

Antes da Independência Após a Independência no dia 10 de Setembro de 1974

Aldeia Formosa = Quebo
Colona do Norte = Cuntima
Duas Fontes = Bangacia
Nova Lamego = Gabú
Teixeira Pinto = Canchungo

São Tomé e Príncipe

Antes da Independência Após a Independência no dia 12 de Julho de 1975

Ilhéu de Gago Coutinho = Ilhéu das Rólas
Pico Gago Coutinho = Pico de São Tomé

Desconhece-se que existam quaisquer mudanças de nomes de designações geográficas de Cabo Verde.

Categorias
África Angola Colonialismo português

Lista de Termos geográficos antigos em Angola e as Designações correspondentes após o 11 de Novembro de 1975

por Dietrich Köster, Bonn 

Guilherme Capelo = Cacongo (Cabinda)

Ambrizete = N’Zeto (Zaire)
Padrão de Diogo Cão = Ponta do Padrão (Zaire)
Santo António do Zaire = Soyo (Zaire)
São Salvador do Congo = M’Banza Congo (Zaire)

Carmona = Uíge (Uíge)

General Freire = Mucaluando (Bengo)

Quilombo dos Dembos = Gonguembo (Kuanza Norte)
Salazar = N’Dalatando (Kuanza Norte)
São Pedro da Quilemba = Quilemba (Kuanza Norte)

Duque de Bragança = Calandula (Malanje)
Forte República = Massango (Malanje)
Malange = Malanje (Malanje)
Nova Gaia = Cambundi-Catembo (Malanje)
Quedas do Duque de Bragança = Quedas do Calandula (Malanje)

5 de Outubro = Ca-Muteba (Lunda Norte)
Portugália = Chitato (Lunda Norte)
Veríssimo Sarmento = Camissongo (Lunda Norte)

Henrique de Carvalho = Saurimo (Lunda Sul)
Nova Chaves = Muconda (Lunda Sul)

Novo Redondo = Sumbe (Kuanza Sul)
Santa Comba Dão = Waku-Kungo (Kuanza Sul)
Vila Nova do Seles = Uku (Kuanza-Sul)

Barragem Craveiro Lopes = Barragem do Biópio (Benguela)
Mariano Machado = Ganda (Benguela)
Norton de Matos = Balombo (Benguela)
Sousa Lara = Bocoio (Benguela)

Alto Hama = Wama (Huambo)
Bela Vista = Katchiungo (Huambo)
Nova Lisboa = Huambo (Huambo)
Robert Williams = Caála (Huambo)
Teixeira da Silva = Bailundo (Huambo)
Vila Flor = Ekunha (Huambo)

General Machado = Camacupa (Bié)
Neves Ferreira = Cuemba (Bié)
Nova Sintra = Catabola (Bié)
Silva Porto = Kuito (Bié)
Vila de Macedo de Cavaleiros = Andulo (Bié)

Forte Cameias = Cameias (Moxico)
Gago Coutinho = Lumbala N’Guimbo (Moxico)
Luso = Luena (Moxico)
Teixeira de Sousa = Luau (Moxico)
Vila de Aljustrel = Vangamba (Moxico)

Baía de Moçâmedes = Baía de Namibe (Namibe)
Moçâmedes = Namibe (1985-2016) (Namibe)
Porto Alexandre = Tómbua (Namibe)
Reserva de Moçâmedes = Reserva de Namibe (Namibe)
São Nicolau = Bentiaba (Namibe)
Vila Arriaga = Bibala (Namibe)

Algés-a-Nova = Matála (Huíla)
Artur de Paiva = Cubango (Huíla)
Barragem Salazar = Barragem de Matala (Huíla)
Folgares = Capelongo (Huíla)
João de Almeida = Chibia (Huíla)
Olivença-a-Nova = Capunda-Cavilongo (Huíla)
Paiva Couceiro = Kipungo (Huíla)
Sá da Bandeira = Lubango (Huíla)
Vila da Ponte = Kuvango (Huíla)

Pereira de Eça = Ondjiva (Kunene)
Roçadas = Xangongo (Kunene)
Santa Clara = Ombadja (Kunene)
Vila de Aviz = Oncócua (Kunene)

Serpa Pinto = Menongue (Kuando Kubango)

Categorias
África Colonialismo português Moçambique

Moçambique: Lista de Termos geográficos antigos e as Designações correspondentes introduzidas após o 25 de Junho de 1975

por Dietrich Köster

Augusto Cardoso = Metangula (Niassa)
Belém = Mitande (Niassa)
Correia = Etatara (Niassa)
Dias = Mbemba (Niassa)
Esperança = Malanga (Niassa)
Homem = Chimbonila (Niassa)
Miranda = Macaloge (Niassa)
Nova Beira = Nairrubi (Niassa)
Nova Coimbra = Mechumua (Niassa)
Nova Freixo = Cuamba (Niassa)
Nova Guarda = Cholue (Niassa)
Nova Santarém = Nambilange (Niassa)
Nova Viseu = M’telela (Niassa)
Olivença = Lupilichi (Niassa)
Porto Arroio = Meponda (Niassa)
Valadim = Mavago (Niassa)
Vila Cabral = Lichinga (Niassa)
Vila Nova de Montalegre = Chiconono (Niassa)

Baía de Porto Amélia = Baía de Pemba (Cabo Delgado)
Porto Amélia = Pemba (Cabo Delgado)

António Enes = Angoche (Nampula)
Baía de Fernão Veloso = Baía de Nacala (Nampula)
Entre Rios = Malema (Nampula)
Nova Chaves = Rapale (Nampula)

Vila Junqueiro = Gurúè (Zambézia)

Bragança = Colomue (Tete)
Comandante Brito = Domue (Tete)
Dona Ana = Mutarara (Tete)
Gago Coutinho = Mulawera (Tete)
Vila Caldas Xavier = Kambulatsisi (Tete)
Vila Coutinho = Ulongué (Tete)
Vila Gamito = Mualadze (Tete)
Vila Vasco da Gama = Chiputo (Tete)

Nova Sintra = Macate (Manica)
Vila Gouveia = Catandica (Manica)
Vila de Vidigueira = Sussindenga (Manica)
Vila Pery = Chimoio (Manica)

Lacerdónia = Chupunga (Sofala)
Nova Lusitania = Buzi (Sofala)
Vila Fontes = Caia (Sofala)
Vila Machado = Nhamatanda (Sofala)
Vila Paiva de Amdrade = Gorongosa (Sofala)

Bartolomei Dias = Govuru (Inhambane)
Ilha de Santa Carolina = Ilha do Paraíso (Inhambane)
Ilha de Santa Isabel = Ilha de Magaruque (Inhambane)
Ilha de Santo António = Ilha de Benguerra (Inhambane)
Marrão = Mavayela (Inhambane)
Ponta São Sebastião = Ponta Khehuene (Inhambane)
Vila Franca do Save = Save (Imhambane)
Vilanculos = Vilankulo (Inhambane)

Aldeia da Barragem = Macarretane (Gaza)
Aldeia da Madragoa = Xilembene (Gaza)
Barra do Limpopo = Zongoene (Gaza)
João Belo = Xai-Xai (Gaza)
Malvérnia = Eduardo Mondlane (Gaza)
Santa Comba = Malahzene (Gaza)
São Jorge do Limpopo = Mapai-Estação (Gaza)
São Martinho do Bilene = Praia do Bilene (Gaza)
Vila Alferes Chamusca = Caniçado (Gaza)
Vila Gomes da Costa = Alto Changane (Gaza)
Vila Pinto Teixeira = Mabalane (Gaza)
Vila Trigo de Morais = Chokwe (Gaza)

Baía de Espírito Santo = Baía de Maputo (Maputo)
Baía de Lourenço Marques = Baía de Maputo (Maputo)
Ilha Mariana = Ilha Josina Machel (Maputo)
Lourenço Marques = 1975/76: Cam Phumo, depois Maputo (Maputo Cidade)
Vila Luísa = Marracuene (Maputo)
Vila Salazar/Salazar = Matola (Maputo)

Categorias
Angola

Ana Paula Ribeiro Tavares

por Dietrich Köster

Ana Paula Ribeiro Tavares é uma historiadora e poetisa angolana, que nasceu na cidade de Sá da Bandeira, hoje Lubango, situada na Província da Huíla, no sudoeste de Angola, a 30 de outubro de 1952.
Ela fez estudos no Instituto Superior das Ciências da Educação do Lubango.
Terminou os seus estudos com um Mestrado em Literaturas Africanas.
A sua área de actividade são a animação cultural e o ensino, a museologia, a arqueologia e a etnologia.
Ana Paula Ribeiro Tavares é considerada como a única poetisa do periodo da pós-independência de Angola – a independência ocorrida a 11 de novembro de 1975. Presentemente não reside em Angola, mas em Portugal, a antiga metrópole de Angola.
Ela está prosseguindo um doutorado em literatura e é à mesma vez docente da Universidade Católica de Lisboa.
Hoje em dia Ana Paula Ribeiro Tavares é conhecida pela sua obra de escritora e poetisa.

Obras a partir dos meados dos anos mil novecentos e oitenta

Obras importantes:
1985 Ritos de Passagem
1998 Sangue de Buganvilea
1999 O Lago da Lua
2001 Dizes-me Coisas Amargas como os Frutos
2004 A Cabeça de Salomé
2005 Os olhos do Homem que chorava no Rio (com Manuel Jorge Marmelo)
2007 Manual para Amantes desesperados

Dignos de menção são também os poemas:
Canto de Nascimento
Não conheço nada do País do meu Amado
Tratem-me com a Massa
Abóbora Menina
O Mirangolo
Amargos com os Frutos
História de Amor da Princesa Ozoro e do Húngaro Ladislau Magyar
A Mãe e a Irmã

A obra literária de Ana Paula Ribeiro Tavares recebeu influência de homens de letras do Brasil como Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado e João Cabral de Melo Neto.
Ana Paula Ribeiro Tavares leccionou durante o dia do 31 de maio de 2010 na Universidade de Colónia e recitou poemas da sua própria autoria.

Categorias
Cabo Verde

Existe uma literatura cabo-verdiana autóctone?

por Dietrich Köster

Cabo Verde é uma antiga Província Ultramarina do antigo Império Colonial Português, que ficou com Portugal mais tempo que todas as outras Províncias Ultramarinas Portuguesas e é o território mais aportuguesado culturalmente.

Por isso, a literatura cabo-verdiana de língua portuguesa da norma culta fez parte da literatura portuguesa da mãe-pátria de Portugal antes da independência de Cabo Verde, concedida pela metrópole no dia 5 de julho de 1975.

A partir do dia da independência nacional de Cabo Verde – agora República de Cabo Verde – a literatura de língua portuguesa da norma culta tornou-se uma literatura autóctone – uma literatura nacional cabo-verdiana.

Contrariamente à literatura mencionada, a literatura cabo-verdiana em crioulo era uma literatura autenticamente local desde as origens no século XVI, quer dizer, uma literatura autóctone cabo-verdiana.
Afinal, o crioulo cabo-verdiano é uma expressão tipicamente cabo-verdiana, que faz parte integral da cultura e da vida popular dos cabo-verdianos e das cabo-verdianas. Estes crioulos de Barlavento e Sotavento existem somente no arquipélago de Cabo Verde.

Hoje em dia a literatura de língua portuguesa da norma culta e a literatura em crioulo de Cabo Verde fazem parte integral da totalidade da literatura nacional cabo-verdiana, quer dizer da literatura autóctone da República de Cabo Verde no quadro duma caboverdianidade autêntica.

Categorias
Angola Brasil Colonialismo português Língua Portuguesa Moçambique São Tomé e Príncipe Timor-Leste

Os Estados-Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Os Estados-Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Resolução dos Chefes de Estado e de Governo na Cimeira de Díli no dia 23 de julho de 2014

(por ordem alfabética portuguesa)

Por Dietrich Köster.

1. República de Angola / África
Republik Angola / Afrika
Republic of Angola / Africa
République d’Angola / Afrique
República de Angola / África
Repubblica dell’Angola / Africa
Republiek van Angola / Afrika

2. República Federativa do Brasil / América do Sul
Föderative Republik Brasilien / Südamerika
Federal Republic of Brazil / South America
République fédérative du Brésil / Amérique du Sud
República Federativa del Brasil / América del Sur
Repubblica Federativa del Brasile / America del Sud
Federale Republiek van Brasilië / Suid-Amerika

3. República de Cabo Verde / África
Republik Cabo Verde / Afrika
Republic of Cabo Verde / Africa
République de Cabo Verde / Afrique
República de Cabo Verde / África
Repubblica di Capo Verde / Africa
Republiek van Kaap Verde / Afrika

4. República da Guiné-Bissau / África
Republik Guinea-Bissau / Afrika
Republic of Guinea-Bissau / Africa
République de Guinée-Bissau / Afrique
República de Guinea-Bisáu / África
Repubblica di Guinea-Bissau / Africa
Republiek van Guinee-Bissau / Afrika

5. República da Guiné Equatorial / África
Republik Äquatorialguinea / Afrika
Republic of Equatorial Guinea / Africa
République de la Guinée équatoriale / Afrique
República de Guinea Ecuatorial / África
Repubblica della Guinea Equatoriale / Africa
Republiek van Ekwatoriaal-Guinee / Afrika

6. República de Moçambique / África
Republik Mosambik / Afrika
Republic of Mozambique / Africa
République du Mozambique / Afrique
República de Mozambique / África
Repubblica del Mozambico / Africa
Republiek van Mosambiek / Afrika

7. República Portuguesa / Europa
Portugiesische Republik / Europa
Portuguese Republic / Europe
République portugaise / Europe
República Portuguesa / Europa
Repubblica Portoghese / Europa
Portugese Republiek / Europa

8. República Democrática de São Tomé e Príncipe / África
Demokratische Republik São Tomé und Príncipe / Afrika
Democratic Republic of São Tomé and Príncipe / Africa
République démocratique de São Tomé-et-Príncipe / Afrique
República Democrática de Santo Tomé y Príncipe / África
Repubblica Democratica di São Tomé e Príncipe / Africa
Demokratiese Republiek van São Tomé en Príncipe / Afrika

9. República Democrática de Timor-Leste / Ásia
Demokratische Republik Timor-Leste (Osttimor) / Asien
Democratic Republic of Timor-Leste (East Timor) / Asia
République démocratique du Timor oriental / Asie
República Democrática de Timor Oriental / Asia
Repubblica Democratica di Timor Est / Asia
Demokratiese Republiek van Oos-Timor / Asië

Categorias
África Ásia Colonialismo Alemão Oceania

Desenvolvimento das antigas Colónias alemãs desde 1920

Escrito por Dietrich Köster

COLÓNIAS NA ÁFRICA

África Oriental Alemã, tomada de posse em 1884/85

Território de Tanganhica
1920 à Grã-Bretanha –
1961 Estado Independente de Tanganhica/1962 República de Tanganhica – Abril de 1964 parte da República Unida de Tanganhica e Zanzibar/desde Novembro de 1964 da República Unida da Tanzânia
Ruanda-Urundi
1920 à Bélgica –
1962 República Ruandesa (parte norte)
1962 Reino do Burúndi/desde 1966 República do Burúndi (parte sul)
Triângulo de Quionga
1920 restituído a Portugal (África Oriental Portuguesa) –
1975 parte da República Popular de Moçambique/desde 1990 da República de Moçambique

África do Sudoeste Alemã, tomada de posse em 1884

1920 à União da África do Sul/1961 República da África do Sul –
desde 1990 República da Namíbia

Camarões, tomada de posse em 1884

Camarões Ocidentais
1920 à Grã-Bretanha –
1960 parte do Estado Independente da Nigéria/desde 1963 da República Federal da Nigéria (parte norte) e 1960 parte do Estado Independente da Nigéria –
1961 parte da República Federal dos Camarões/1972 da República Unida dos Camarões/desde 1984 da República dos Camarões (parte sul), respectivamente.
Camarões Orientais
1920 à França –
1960 República dos Camarões –
1961 parte da República Federal dos Camarões/1972 da República Unida dos Camarões /desde 1984 da República dos Camarões
Neukamerun (Novos Camarões) – agregado aos Camarões em 1911 – foi readjudicado em 1920 às colónias adjacentes da África Equatorial Francesa (AEF):
Chade (1960 República do Chade), Ubangui-Chari (1960 República Centro-Africana, 1976 Império Centro-Africano/1979 República Centro-Africana), Médio Congo (1960 República do Congo/1970 República Popular do Congo/1992 República do Congo), Gabão (1960 República Gabonesa), respectivamente.

Togo, tomada de posse em 1884

Parte Ocidental do Togo
1920 à Grã-Bretanha –
1957 parte do Estado Independente do Gana/desde 1960 da República do Gana
Parte oriental do Togo
1920 à França –
desde 1960 República Togolesa

COLÓNIAS NO ÂMBITO DO PACÍFICO

Nova Guiné Alemã

Terra do Imperador Guilherme, Arquipélago de Bismarck, Ilhas Salomão Alemãs, tomada de posse em 1884-1886
1920 à Austrália –
desde 1975 parte do Estado Independente da Papuásia-Nova Guiné
Ilhas Marshall (parte da Micronésia Alemã ao norte do equador), tomada de posse em 1885
1920 ao Japão –
1947 sob administração dos Estados Unidos como parte do Território sob tutela das Ilhas Pacíficas das Nações Unidas –
desde 1990 República das Ilhas Marshall
Nauru (Micronésia Alemã ao sul do equador), tomada de posse em 1888
1920 à Austrália, à Nova Zelândia e à Grã-Bretanha/administração mandatária desempenhada pela Austrália –
desde 1968 República de Nauru
Micronésia Alemã ao norte do equador sem as Ilhas Marshall, tomada de posse em 1899
1920 ao Japão –
1947 administração dos Estados Unidos como parte do Território sob tutela das Ilhas Pacíficas das Nações Unidas
a) desde 1990 Comunidade dos Estados Unidos das Ilhas Marianas do Norte
b) desde 1994 República de Palau
c) desde 1990 Estados Federados da Micronésia (Ilhas Carolinas)

Território Alemão de Kiauchau, tomada de posse em 1897/98

1920 ao Japão –
1922 restituído à China – 1949 parte da República Popular da China

Samoa Alemã, tomada de posse em 1899/1900

1920 à Nova Zelândia –
1962 Estado Independente da Samoa Ocidental/desde 1997 Estado Independente da Samoa

Anotações:
A Micronésia Alemã abrange as Ilhas Marianas excepto Guam, as Ilhas Palau, as Ilhas Carolinas, as Ilhas Marshall e a Ilha de Nauru.
Com a excepção do Território Alemão de Kiauchau e do Triângulo de Quionga todas as possessões ultramarinas alemãs tornaram-se mandatos da Sociedade das Nações em 1920:
Togo e os Camarões tornaram-se mandatos B e foram partidos entre a França e a Grã-Bretanha como mandatários.
Tanganhica e Ruanda-Urundi tornaram-se mandatos B com a Grã-Bretanha e a Bélgica como mandatário, respectivamente.
A África do Sudoeste Alemã, a Micronésia ao norte do equador e a Samoa Alemã foram subordinadas como mandatos C à autoridade mandatária da União da África do Sul, do Japão e da Nova Zelândia, respectivamente.
Nauru como Micronésia ao sul do equador recebeu como mandato C a Grã-Bretanha, a Austrália e a Nova Zelândia como potências mandatárias.
A Nova Guiné Alemã restante (Terra do Imperador Guilherme, Arquipélago de Bismarck, Ilhas Salomão Alemãs) passou como mandato C sob a autoridade administrativa da Austrália.
Em 1947 estes domínios tornaram-se até a independência política Territórios sob tutela das Nações Unidas.
Naquele ano somente o Japão foi substituído pelos Estados Unidos como potência administrativa
(Território sob tutela das Ilhas Pacíficas das Nações Unidas).
Pela parte das Ilhas Marianas do Norte a independência não é projectada.
Este arquipélago é juntado a partir de 1990 como Comunidade das Ilhas Marianas do Norte numa união política com os Estados Unidos.
A cessão das possessões ultramarinas alemãs efectuou-se segundo o Tratado de Versalhes do 28 de Junho de 1919, que entrou em vigor a 10 de Janeiro de 1920.

Copyright Março de 2004 por Dietrich Köster, D-53115 Bonn

Categorias
África Colonialismo português São Tomé e Príncipe

São Tomé e Príncipe, as Ilhas de Plantações lusófonas no Golfo da Guiné: Situação em 1990 e Perspectivas de Desenvolvimento

Escrito por Dietrich Köster

As ilhas de São Tomé e Príncipe situam-se no Golfo da Guiné, imediatamente ao norte do Equador. Pode-se chegar por via aérea a este arquipélago a partir de Lisboa, Libreville (Gabão) e Luanda. O acesso mais cómodo a São Tomé é pela Companhia Aérea belga SABENA, a partir de Bruxelas para Libreville, e voando depois numa avioneta da Companhia Equatorial para a cidade de São Tomé.

A ilha principal, São Tomé, fica a 280 km a oeste de Libreville e a menor, Príncipe, situa-se aproximadamente a 140 km a nordeste da ilha principal. As duas ilhas juntas constituem uma superfície de 1001 km² e têm uma população de 114000, a maioria dos quais negros, cujos antepassados para aqui foram levados como escravos pelos portugueses. Há aproximadamente 15% de mulatos de Cabo Verde e um grupo restante de portugueses. Um meio milénio de domínio colonial português marcou as duas ilhas e a sua população.

Depois da saída do avião, o viajante enche-se de ar quente e húmido. Alta humidade atmosférica e temperaturas, que quase nunca descem abaixo dos 25° na costa caracterizam o clima. O verde exuberante da vegetação e o mau estado de conservação arquitectónica das casas e ruas são as primeiras impressões que saltam à vista. É evidente que não foram tomadas medidas de manutenção após a independência. Assim a circulação nas ruas e estradas torna-se numa digressão em ziguezague.

A maior cidade e capital do arquipélago é São Tomé com 20.000 habitantes. É de notar que a vista da cidade é pejada fortemente pelos militares e polícias. Não se trata somente de soldados locais mas também de um contingente angolano de mil homens.

O Palácio Presidencial, que não deve ser fotografado, possui uma equipa de sentinelas equipada com farda de camuflagem que apresenta a baioneta. Antes do render da guarda, ouve-se um sinal de trompete que obriga todos os transeuntes a ficarem parados. A mesma atenção compete às testemunhas oculares da fila de viaturas do Presidente da República, passando pelas ruas. Este Presidente não tem somente um cordão de dois lados de seu recinto, mas faz celebrar um culto pessoal de si mesmo. Desta maneira, o retrato do Presidente Pinto da Costa encontra-se pendurado em muitas lojas.

O estado de abastecimento da população deixa a desejar. É verdade que o mercado da capital oferece produtos agrícolas locais, mas o comércio a retalho tem somente poucos produtos de procura elevada ao dispor da clientela. Apenas na Loja Franca – equivalente ao Intershop na RDA – se pode adquirir objectos de qualidade, pagando em dólares norte-americanos.

Um outro oásis da oferta de produtos do mundo ocidental constitui o único hotel de quatro estrelas, Miramar. Pertence a uma cadeia hoteleira suíça e é chefiado por um suíço, o Sr. Furrer. Também aqui o serviço de pagamentos efectua-se apenas em moeda convertível. Para garantir o alto nível do hotel muitas mercadorias são importadas da República da África do Sul e da Namíbia. Este hotel, que oferece muito aos seus hóspedes, funciona ao mesmo tempo como centro de informação turística. Assim, são oferecidas várias voltas da ilha e, em colaboração com Equatorial, excursões aéreas para Príncipe. O Hotel Miramar é frequentado por hóspedes ricos de Libreville e é o ponto de encontro dos cooperantes da União Soviética, de Cuba, da RDA, Suíça, França, Itália, dos Países Baixos, de Portugal e da Espanha. As Nações Unidas disponibilizam também cooperantes através do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O centro de actividades situa-se nos ramos da educação, formação profissional, na melhoria da situação sanitária e na diversificação da agricultura. É a RDA que treina desta maneira, por meio duma Brigada de Amizade da Juventude Comunista Alemã (FDJ), pedreiras e pedreiros.

O objectivo do Governo é uma maior diversificação da gama de oferta agrícola. Quer-se sair da monocultura do cacau. Presentemente as plantações de cacau rendem ainda 90% do valor de exportação . Além disso, há pequenas quantidades de copra, café e óleo de palma destinadas à exportação. A produção de cacau tem descido fortemente devido à fuga dos especialistas portugueses no ano de 1975. A nacionalização das plantações – chamadas roças – não melhorou o rendimento. Há poucos anos que o Governo se esforça com um programa de reestruturação no sentido de conceder mais possibilidades de desenvolvimento à iniciativa privada. Entretanto há algumas roças com directoria privada. Uma parte das lojas tem novamente um homem de negócios privado. A roça Agua Izé possui, por exemplo, uma forma de propriedade mista. Esta tem mais êxito que os empreendimentos agrícolas puramente estatais.

A par do aumento do cultivo de legumes, arroz, milho, mandioca, bananas e outros alimentos base, planeia-se a extensão do turismo. O clima quente, a paisagem com uma vegetação sempre-verde, praias poucas frequentadas, cascatas e chaminés de vulcões e, não menos importante, os ilhéus amigáveis, são pressupostos favoráveis ao turismo.

Para o fomento deste ramo da economia precisa-se de uma restauraçäo e ampliação da rede rodoviária sobre as duas ilhas, a construção de um porto em águas profundas e uma melhor conexão com a rede aérea internacional em Libreville.

Do meu ponto de vista, o pequeno Estado não pode sobreviver sem ajuda do exterior. Uma incorporação de São Tomé e Príncipe na União Aduaneira e Económica da África Central (UDEAC) resultaria numa vantagem para o Estado insular na aceitação do Franco CFA, garantido pela Tesouraria da França. São Tomé e Príncipe deveria seguir o exemplo da Guiné Equatorial vizinha que faz parte da Zona CFA desde 1985.

Uma alternativa para a época, após ter alcançado uma solução pacífica no Sudoeste da África, seria uma associação ou uma reunião de São Tomé e Príncipe com a República de Angola, país irmão também de língua portuguesa.

© Março de 1990 por Dietrich Köster, D-53115 Bonn

Categorias
Colonialismo português Língua Portuguesa Moçambique

Português em Moçambique: História, Situação e Política linguísticas – uma Exposição sumária

Escrito por Dietrich Köster

1.° Dados gerais

Moçambique está situado no sudeste da África no Oceano Índico e possui como países vizinhos a Tanzânia no norte, o Malávi, a Zâmbia, o Zimbabué e a África do Sul no oeste e a Suazilândia e mais uma vez a África do Sul no sul. A República de Moçambique tem 19406703 habitantes (situação em Julho de 2005) sobre uma superfície de 801.590 km². A densidade populacional perfaz 24 habitantes por km².

2.° Os portugueses em Moçambique desde 1498 até 1885

O navegador português Vasco da Gama chegou a Moçambique em 1498 a caminho para a Índia. Durante séculos a influência de Portugal e da língua portuguesa limitava-se ao litoral de quase 3000 km e ao vale do Zambeze.

3.° Os portugueses em Moçambique desde 1885 até 1974

Apenas durante a Conferência de Berlim sobre o Congo, convocada por Bismarck em 1884/85, as potências interessadas em África decidiram que territórios coloniais serão reconhecidos pelo direito público internacional se estes não foram somente descobertos, mas que é exercida também uma autoridade pública de facto por uma estrutura administrativa, polícia e forças armadas. Só agora Portugal deveria ocupar Moçambique de maneira exaustiva territorialmente – no sul de Moçambique pelo uso de força militar – e estabelecer uma administração até ao canto mais remoto do território. Apenas depois da Primeira Guerra Mundial era que Portugal detinha o controle completo sobre Moçambique. Mas foi até 1942 que partes do território ficavam sob domínio de sociedades majestáticas coloniais com competências de soberania conferidas pelo Estado Português.

O número de portugueses como detentores da língua portuguesa deveria subir só de uma maneira lenta. Elevou-se a 187.000 no ano de 1970. A única língua oficial e de ensino durante o domínio português era a língua portuguesa. Este regulamento esteve em vigor também para as escolas missionárias estabelecidas pelas sociedades missionárias cristãs. Os portugueses distinguiram até 1961 na população indígena entre civilizados e não-civilizados. Somente o 1% de civilizados dominava a língua portuguesa oralmente e por escrito. Enquanto que a população europeia fez escolarizar as suas crianças quase totalmente, a percentagem dos analfabetos entre a população negra elevava-se a 97%. Outras pessoas da população maioritária negra possuiam, pelo contacto com portugueses, conhecimentos orais da língua portuguesa. Por ocasião do censo do fim de 1970 a população de Moçambique atingiu 8,233 milhões, entre os quais 187.400 brancos – na maioria esmagadora portugueses – , 39.300 mestiços, 18.400 indianos – sobretudo goeses – e 2.700 chineses, na maioria naturais de Macau.

4.° A política linguística da FRELIMO desde 1962 até 1974

A luta armada de libertação foi introduzida, a partir da Tanzânia com a travessia do rio fronteiriço Rovuma, para o norte de Moçambique e pelo fornecimento de armas da parte do Bloco Oriental. Este combate foi executado depois uma fusão de três organizações em 1962 na Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) a partir de 1964. Com a excepção de poucos combatentes que tinham um contacto intensivo com a língua inglesa nos países vizinhos, a FRELIMO defendia desde o princípio, o português como laço unificador – língua da unidade nacional – para não fazer surgir uma mentalidade tribal.

5.° A política linguística do Governo da FRELIMO após a independência no dia 25 de Junho de 1975

5.°1.° O português como língua oficial e de ensino

Com a independência política de Moçambique – separando-se da metrópole Portugal – o objectivo pretendido pelo movimento de libertação no poder, a FRELIMO, era a redução do número de analfabetos. Visto que já antes do dia da independência os portugueses – excepto um número restante de mais ou menos 20000 – saíram do país precipitadamente, a FRELIMO dirigiu-se aos Estados do Bloco Oriental. Assim docentes da antiga RDA chegaram para ser empregues como formadores de professores. Desde há vários anos, Portugal coopera na reactivação do sistema escolar. Há pouco a RFA presta também apoio à educação em Moçambique, sobretudo da parte da GTZ (Sociedade Alemã para a Cooperação Técnica/Serviço Administração de Projectos). Todas as medidas de educação são efectuadas em princípio na língua portuguesa. Considerações de escolarizar os alunos moçambicanos em uma língua autóctone existem sob a presidência da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) somente na fase de experimentação de pouca envergadura. Apesar de todos os esforços de reduzir o número de analfabetos a quota dos iletrados oscila ainda hoje, à volta de 70%. Todas as instituições estatais servem-se exclusivamente da língua portuguesa. Esta vale para as autoridades, tribunais, polícia e forças armadas. Todas as publicações são redigidas sem excepção em português. Uma outra prática é apenas imaginável em contactos orais com funcionários públicos individuais. Foi expressamente estabelecido no artigo 10 da Constituição de 2004: Na República de Moçambique a língua portuguesa é a língua oficial.

5.°2.° A alfabetização dos adultos e a língua portuguesa

Como a maioria da população vive ainda no campo e a rede escolar é ainda pouco desenvolvida, o número de analfabetos entre os adultos é especialmente grande. Para esta camada populacional existem sempre mais aulas de alfabetização que facilitam no quadro de cursos destinados a principiantes e avançados de nove meses a aprendizagem das bases da língua portuguesa. Quem quer seguir uma carreira escolar regular só tem esta possibilidade acabar com os estudos secundários nas capitais de Província, sobretudo em Maputo, na Beira e em Nampula.

5.°3.° A relevância da imprensa, da rádio e da televisão para a difusão da língua portuguesa

A imprensa está concentrada – com a excepção de um diário de tiragem modesta na Beira – em Maputo, a capital do País. Essencialmente trata-se do diário notícias, do semanário dominical domingo e dos semanários Tempo e SAVANA. Todos estes periódicos são publicados em português e são acessíveis sobretudo aos leitores da capital. Enquanto que a televisão é difundida apenas nas aglomerações urbanas e em língua portuguesa – os filmes de produção estrangeira são projectados no tom original com legendas em português -, serve-se a rádio ao lado do português também das seis línguas regionais mais importantes. Neste contexto cabe um papel destacado à língua changana entre estas línguas autóctones. Em resumo: Pode-se dizer que, exceptuando a rádio, a língua portuguesa detêm também uma posição dominante no quadro dos meios de comunicação social.

5.°4.° O português moçambicano

Antes da independência o português da metrópole era prescrito compulsivamente como norma linguística (língua-padrão) para toda a vida pública no seio da política de assimilação portuguesa. Desta maneira, a política ultramarina na altura tencionava como objectivo a longo prazo transformar todos os moçambicanos linguística e culturalmente em portugueses. Desvios da norma europeia foram considerados com desdém como pretoguês. Esta obrigatoriedade para o respeito da norma da metrópole deveria diminuir com a independência. Agora, palavras das línguas autóctones foram introduzidas no português. A orientação para o sistema político e económico do Bloco Oriental conduziu também para a adopção de novas noções. Com o vento da mudança política no começo da década de 1990 o léxico de uso político deveria ser abandonado parcialmente de novo.

6.° Bibliografia

– Leiste, Doris, Die portugiesische Sprache in Moçambique – eine Untersuchung zur Entwicklung der Sprachsituation von der Kolonialzeit bis in die Gegenwart, dissertação A, Universidade Karl Marx, Lípsia 1988

– Perl, Matthias u.a., Portugiesisch und Crioulo in Afrika, Geschichte – Grammatik – Lexik – Sprachentwicklung, Universitätsverlag Dr. N. Brockmeyer, Bochum 1994, ISBN 3-8196-0261-5

– Leclerc, Jacques, L’aménagement linguistique dans le monde, Mozambique, Universidade Laval, Quebeque 2006, https://www.axl.cefan.ulaval.ca/afrique/mozambique.htm

– Jacob, Ernst Gerhard, Grundzüge der Geschichte Portugals und seiner Überseeprovinzen, Wissenschaftliche Buchgesellschaft, Darmstadt 1969

– Klett-Handbuch für Reise und Wirtschaft Afrika, publicado pelo Afrika-Verein e.V. de Hamburgo, tomo III Südliches Afrika, capítulo Moçambique, pág. 301-324, 2.ª edição, casa editora Ernst Klett, Estugarda Janeiro de 1975, ISBN 3-12-949020-5

© Maio de 2006 por Dietrich Köster, D-53115 Bonn

Categorias
África America Ásia Colonialismo português

As Independências do Ultramar Português

Escrito por Dietrich Köster

Brasil: 7 de Setembro de 1822

Cabo Verde: 5 de Julho de 1975

Guiné: proclamação unilateral: 24 de Setembro de 1973, independência definitiva: 10 de Setembro de 1974

São Tomé e Príncipe: 12 de Julho de 1975

São João Baptista de Ajudá: ocupação pela República do Daomé (Benim): 1 de Agosto de 1961

Angola: 11 de Novembro de 1975

Moçambique: 25 de Junho de 1975

Fortaleza de Diu, Índia
Fortaleza de Diu, Índia

Estado da Índia (Goa, Damão, Diu): apoderamento pela União Indiana: 19 de Dezembro de 1961

Estado da Índia (Dadrá e Nagar-Aveli): apoderamento pela União Indiana: 2 de Agosto de 1954

Macau: transferência de poderes políticos à República Popular da China: 20 de Dezembro de 1999

Timor: proclamação unilateral: 28 de Novembro de 1975, invasão pela República da Indonésia: 7 de Dezembro de 1975, independência definitiva: 20 de Maio de 2002

Copyright 2004 by Dietrich Köster, D-53115 Bonn

Categorias
África Colonialismo português Língua Portuguesa

Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP): Dados gerais

Escrito por Dietrich Köster

Cabo Verde
denominação oficial: República de Cabo Verde
capital: Cidade da Praia
língua: A língua oficial é o Português, utilizando-se localmente o Crioulo.
número de habitantes: 530.000
superfície: 4.036 km²
unidade monetária: Escudo de Cabo Verde (CVE)
dia da independência: 5 de Julho de 1975

Guiné-Bissau
denominação oficial: República da Guiné-Bissau
capital: Bissau
língua: A língua oficial é o Português, utilizando-se localmente o Crioulo, Mandjaco, Mandinga, entre outros.
número de habitantes: 1.696.000
superfície: 36.100 km²
unidade monetária: Franco CFA da África Ocidental (XOF)
dia da independência: 10 de Setembro de 1974

Guiné Equatorial
denominação oficial: República da Guiné Equatorial
capital: Malabo
língua: As línguas oficiais são o Espanhol, o Francês e o Português; fala-se regionalmente Fang, Bube e Anobonense.
número de habitantes: 676.000
superfície: 28.050 km²
unidade monetária: Franco CFA centro-africano (XAF)
dia da independência: 12 de Outubro de 1968

Ilha de Gorée, Senegal
Ilha de Gorée, Senegal

São Tomé e Príncipe
denominação oficial: República Democrática de São Tomé e Príncipe
capital: São Tomé
língua: A língua oficial é o Português. Localmente, também se fala Crioulo.
número de habitantes: 158.000
superfície: 1.001 km²
unidade monetária: Dobra (STD)
dia da independência: 12 de Julho de 1975

Angola
denominação oficial: República de Angola
capital: Luanda
língua: A língua oficial é o Português. São falados outros idiomas, sobretudo o Umbundo, Kimbundo, Kikongo e Tchokwé.
número de habitantes: 16.949.000
superfície: 1.246.000 km²
unidade monetária: Kwanza (AOA)
dia da independência: 11 de Novembro de 1975

Moçambique
denominação oficial: República de Moçambique
capital: Maputo
língua: A língua oficial é o Português. Há numerosas línguas nacionais, como o Changane, Lomué, Shona, Tsonga, Chicheva e Macua.
número de habitantes: 21.372.000
superfície: 799.000 km²
unidade monetária: Metical (MZN)
dia da independência: 25 de Junho de 1975

© Junho de 2012 por Dietrich Köster, D-53113 Bonn

BIBLIOGRAFIA:

Compilado com a base de dados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e do Fischer Weltalmanach 2010 e por meio de conhecimentos próprios.
Veja também: As Independências do Ultramar Português

Categorias
África Colonialismo português Língua Portuguesa

A Herança da Língua Portuguesa na África

Escrito por Marco Ramerini. Tradução feita por Dietrich Köster.

Após a conquista da fortaleza árabe de Ceuta em Marrocos em 1415 os portugueses foram os primeiros europeus a explorar a costa africana e na década de 1460 eles construíram o primeiro forte em Arguim (Mauritânia). 1482 foi o ano da construção do castelo de São Jorge da Mina na Costa do Ouro (Gana). Em 1487 o explorador português Bartolomeu Diaz dobrou o Cabo da Boa Esperança e em 1497 Vasco da Gama circumnavegou o continente africano e chegou à Índia (1498).

Os portugueses dominaram incontestavelmente a costa africana durante os séculos XV e XVI. Os assentamentos portugueses em África foram usadas pelos navios portugueses como estações de fornecimento na rota para a Índia, mas também eram estações comerciais, onde os portugueses fizeram negócios de ouro, escravos e especiarias com os africanos e o idioma português foi usado como língua franca ao longo das costas de África.

Agora o português é falado em vários países da África, principalmente nas ex-colónias portuguesas: É a língua oficial em Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, na Guiné-Bissau e em Cabo Verde. Uma espécie de crioulo português é usado no Senegal, na Guiné-Bissau, em Cabo Verde, em São Tomé e Príncipe e também na Guiné Equatorial. Uma grande comunidade de portugueses de Portugal, Angola e Moçambique reside na África do Sul.

O idioma português também influenciou várias línguas africanas. Muitas palavras portuguesas foram permanentemente emprestadas a vários tipos de línguas africanas como o suaíli e o africâner.

COSTA DA ÁFRICA OCIDENTAL E ILHAS DE CABO VERDE

No século XVI ao longo da costa do Senegal, da Gâmbia e da Guiné o assentamento de vários grupos de comerciantes portugueses e de Lançados (mestiços) contribuíram para a difusão da língua portuguesa nessas áreas. Hoje um crioulo português é ainda falado em Casamança (crioulo de Ziguinchor), na Gâmbia e na Guiné-Bissau (crioulos de Bissau-Bolama, Bafatá e Cacheu), seu nome local sendo Kriol. Esta linguagem é a primeira língua crioula, que surgiu a partir do contato entre europeus e os povos africanos.

Na Guiné-Bissau o Kriol é a língua nacional e o português é a língua oficial. As Ilhas de Cabo Verde foram uma colónia portuguesa até 1975 e assim o português é hoje a língua oficial do arquipélago. O crioulo de Cabo Verde é falado por toda a população e é semelhante ao da Guiné-Bissau e da Casamança. O português é a segunda língua para muitas pessoas.

Cabo Verde: Para 350.000 caboverdianos o crioulo é a primeira língua (1990), enquanto que o português é a segunda língua para a maioria.

Guiné-Bissau: 150.000 falantes de crioulo como primeira língua (1996) e 600.000 usuários do crioulo como segunda língua; 20.000 falantes de português como primeira língua (1991).

Senegal e Gâmbia: 55.000 falantes do crioulo de Ziguinchor na Casamança como primeira língua (1990). O dialeto do Senegal é um pouco diferente que na Guiné-Bissau. Tem algum vocabulário francês.

Comunidades de língua portuguesa na África hoje. Herança da língua Portuguesa em África. Autor Marco Ramerini
Comunidades de língua portuguesa na África hoje. Herança da língua Portuguesa em África. Autor Marco Ramerini

GOLFO DA GUINÉ

Uma espécie de português (crioulo) desenvolveu-se ao longo da costa de Gana (Costa do Ouro) e foi falado por comerciantes nativos nos seus negócios com os outros europeus (neerlandeses, ingleses, dinamarqueses, brandenburgueses, franceses, suecos) durante os séculos XVI, XVII e XVIII até mesmo vários anos após o abandono português da Costa do Ouro. Até 1961 Portugal teve um forte em Daomé, hoje chamado Benim. Seu nome é São João Baptista de Ajudá (Ouidah). Aqui o português foi usado nos últimos séculos por uma comunidade de descendentes mistos portugueses. O português foi também utilizado no Reino do Daomé como língua para as relações externas com os outros europeus.

Em algumas ilhas do Golfo da Guiné o crioulo português é falado ainda hoje. Estas ilhas são: as Ilhas de São Tomé e Príncipe (São Tomé e Príncipe) e a Ilha de Anobom (Guiné Equatorial). Sãotomense (Forró) e angolar (Moncó) são falados na Ilha de São Tomé e principense na Ilha do Príncipe. Estes crioulos são bastante distintos dos crioulos de Cabo Verde, da Guiné-Bissau, do Senegal e da Gâmbia.

O português é a língua oficial de São Tomé e Príncipe e é falado como segunda língua pela maioria dos habitantes em 1993, apenas 2.580 pessoas usaram-o como primeira língua. Na ilha de Anobom (Pagalu, Guiné Equatorial) a população fala um tipo particular de crioulo português, chamado anobonense ou Fá d’Ambô, uma rara mistura de dialetos angolanos Bantu e de português antigo, que é semelhante ao de São Tomé. O português tornou-se a terceira língua oficial da Guiné Equatorial desde 20 de julho de 2010.

São Tomé e Príncipe: 85.000 falantes de sãotomense como primeira língua (Ilha de São Tomé), 9.000 falantes de angolar como primeira língua (Ilha de São Tomé) e 4.000 falantes de principense como primeira língua (Ilha do Príncipe) em 1989; 2.580 portugueses falantes de português como primeira língua (1993) e uma grande parte dos habitantes fala o português como segunda língua.

Guiné Equatorial: 8.950 falantes de Anobonense como primeira língua (Ilha de Anobom) em 1993. O português tornou-se a terceira língua oficial da Guiné Equatorial desde 20 de julho de 2010.

ÁFRICA AUSTRAL: Congo, Angola, África do Sul e Moçambique.

Durante o século XVI no Reino do Congo muitas pessoas da classe dominante falavam português fluentemente. Esta lingua foi também o veículo para a propagação do cristianismo. O testemunho de um viajante europeu em 1610 prova que no Soyo todas as crianças aprenderam o português. No Reino do Congo há provada da existência de escolas portuguesas gerenciadas pelos missionários durante os séculos XVII e XVIII. Nos séculos XVI, XVII e XVIII a influência e o uso do português como língua de comércio espalhou-se ao longo da costa do Congo e de Angola de Loango para Benguela.

Em Angola – uma colónia portuguesa até 1975 – o português é a língua oficial e é falado por muitas pessoas. A maioria dos mestiços (em 1995 cerca de 1,5% da população angolana, que resultam em 170.000) fala o português como língua de casa e eles tendem a se identificar com a cultura portuguesa. Em Moçambique – uma outra colónia portuguesa até 1975 – o português é a língua oficial e é falado por muitas pessoas, principalmente como segunda língua. Na África do Sul o português é falado por pessoas de ascendência portuguesa e pelos imigrantes de Angola, Moçambique e Brasil (600.000).

Angola: 57.600 falantes de português como primeira língua (1993) e uma grande parte dos habitantes fala o português como segunda língua.

Moçambique: 30.000 falantes de português como primeira língua e quatro milhões de habitantes falam o português como segunda língua, cerca de 30% da população (1991).

África do Sul: Mais dum meio milhão de falantes de português como primeira língua.

ÁFRICA ORIENTAL: Quênia e Tanzânia.

O português foi usado como língua franca nos séculos XVII e XVIII. Isto foi devido à dominação portuguesa da costa oriental da África até o fim do século XVIII. Mombaça foi mantido até 1698 e uma reocupação breve foi tentada em 1728/1729. Há evidência dada por um tenente britânico que em 1831 um português confuso foi falado por um homem em Mombaça. O contato entre os portugueses e os africanos também influenciou a língua suaíli, que hoje é usada ao longo de toda a costa oriental de África. Há mais de 120 palavras de origem portuguesa na língua suaíli.

BIBLIOGRAFIA SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA EM ÁFRICA:

– Chataigner, Abel “Le créole portugais du Sénégal: observations et textes” ?, in: Journal of African languages Vol. 1,1 1963, pp. 44-71

– Cardoso, Eduardo “O Crioulo da Ilha de São Nicolau de Cabo Verde”, 142 pp., Imprensa Nacional, 1989, Lisbon, Portugal.

– Couto, Hildo Honório do. “The genesis of Portuguese creole in Africa”, in: Holm, John & Frank Byrne (eds.).”Atlantic meets Pacific: a global view of pidginization and creolization”, John Benjamins Publishing Company,1993, Amsterdam, The Netherlands, pp. 381-389.

– Dalphinis, Morgan, “African language influences in Creoles lexically based on Portuguese, English and French with special reference to Casamance Kriul, Gambian Krio and Saint Lucia Patwa”, 756 pp. PhD. Thesis, University of London, 1981, London, United Kingdom.

– Ferraz, Luís Ivens “The creole of São Tomé”, 122 pp., Separata African Studies, 37, Witwatersrand University Press, 1979, Johannesburg, South Africa.

– Günther, Wilfried “Das portugiesische Kreolisch der Ilha do Príncipe” Selbstverlag, 1973, Marburg an der Lahn.

– Kihm, Alain “Kriyol syntax: the Portuguese-based Creole language of Guinea-Bissau”, VIII, 310 pp. Creole language library n° 14, John Benjamins Publishing Company, 1994, Amsterdam and Philadelphia.

– Lorenzino, Gerardo A., “The Angolar Creole Portuguese of São Tomé: its grammar and sociolinguistic history”, 290 pp. Unpublished Ph.D. Thesis, City University of New York, 1998, This Thesis deals with the genesis and development of the Angolar Creole Portuguese of São Tomé and Príncipe (Gulf of Guinea), off the coast of West Africa. Angolar is the language spoken by descendants of maroon slaves who escaped from Portuguese plantations on São Tomé in the mid-sixteenth century.

– Maurer, Philippe “L’angolar. Un créole afro-portugais parlé à São Tomé”, Buske, 1995, Hamburg.

– Moreau, Marie-Louise “Destino de uma sociedade, destino de uma língua. Balizas para a história do crioulo português em Ziguinchor” in: “PAPIA Revista de Crioulos de Base Ibérica”, Universidade de Brasília, Volume 3, nº 1, 1994

– Perl, Mathias “Acerca de Alguns Aspectos Históricos do Português Crioulo em África”, in: “Biblos”, vol. LVIII (Segunda Parte da Homenagem a M. Paiva Boleo), 1-12 pp. FLUC, 1983, Coimbra, Portugal.

– Perl, Mathias “A reevaluation of the importance of early Pidgin/Creole Portuguese”, pp. 125 – 130, JPCL (Journal of Pidgin and Creole Languages) N° 5/1 (April 1990), John Benjamins Publishing Company, Amsterdam and Philadelphia.

– Ploae-Hanganu, Mariana “Le créole portugais de l’Afrique: sa base portugaise”, 2 vols. (251, 58 f.) : [10] maps, 1991, Lisbon.

– Washabaugh, William and Greenfield, Sidney M. “The Portuguese Expansion and the Development of Atlantic Creole Languages” In: “Luso-Brazilian Review” n. 18 (2),1981, 225-238 pp.

Categorias
Angola Colonialismo português

Fortalezas portuguesas de Luanda

Escrito por Marco Ramerini. Fotos por Virgílio Pena da Costa

A cidade de Luanda, capital de Angola, foi fundada pelo explorador Português Paulo Dias de Novais em 25 de janeiro 1576. A cidade foi nomeada pelo Portugueses como “São Paulo da Assumpção de Loanda”. Os Portugueses, nos anos seguintes, construiam três fortalezas: a Fortaleza de São Pedro da Barra (1618), a Fortaleza de São Miguel (1575) e o Forte de São Francisco do Penedo (1765-6). A mais bem preservada das fortalezas portuguesas de Luanda é a de São Miguel.

FORTALEZA DE SÃO MIGUEL

A Fortaleza de São Miguel, em Luanda, está localizada perto da ponte que liga a ilha de Luanda  (Restinga) para o continente, no alto do morro de São Paulo. A fortaleza tem uma planta complexa em forma poligonal com numerosos baluartes, e está em excelente estado de conservação.

Fortaleza de São Miguel, Luanda, Angola. Autor e Copyright Virgilio Pena da Costa.
Fortaleza de São Miguel, Luanda, Angola. Autor e Copyright Virgilio Pena da Costa.

O primeiro forte foi construído pelo primeiro governador Português de Angola Paulo Dias de Novais em 1575. Foi o primeiro forte a ser construído em Luanda, no século XVI, o forte foi primeiro construído em taipa e adobe (material de construção natural feito de areia, argila, água e algum tipo de material fibroso ou orgânico), substutuídos mais tarde, por argila, taipa e adobe.

A fortaleza foi restaurada e reforçada em 1634 quando os portugueses temerosos de um ataque holandês reconstruíram as defesas da cidade. No entanto, a cidade de Luanda e a fortaleza de São Miguel foram ocupadas pelos holandeses em 1641, que, durante o período de ocupação, que durou até 1648, renomearam a fortaleza Fort Aardenburg.

O aspecto actual da fortaleza datada do século 17, quando sob o governo de Francisco de Távora (1669-1676), a fortaleza foi reconstruída em alvenaria, sendo ser completada com um baluarte e duas cortinas. Hoje, a fortaleza, abriga o Museu das Forças Armadas.